Intolerância alimentar consiste no desconforto provocado pelo consumo de um determinado alimento.
O desconforto provocado manifesta-se em perturbações gastrointestinais, como dores ou cólicas abdominais, flatulência, obstipação, diarreia, cólon irritável, aftas e acidez. Podem ocorrer também perturbações ao nível da pele, psicológicas e respiratórias.
Mas não confundamos intolerância com alergia!
Alergias alimentares são reações adversas por falha no sistema imunitário. Estas alergias ocorrem quando determinado alimento é consumido, por exemplo, pão ou ovos, e são mais graves que a intolerância, podendo chegar a ser o ser fatais.
Intolerâncias alimentares são reações adversas reprodutíveis aos alimentos que não envolvem o sistema imunitário e podem resultar, por exemplo, de défice de enzimas, como o caso da intolerância à lactose causada pelo défice da enzima lactase. Existem diferentes graus de intolerância – de assintomática a grave.
Quais são as intolerâncias mais comuns?
Os alimentos que mais causam intolerâncias são por regra os mesmos das alergias alimentares: ovo, leite, crustáceos, glúten, chocolate, amendoim, nozes, tomate, morango e os conservantes e corantes utilizados em produtos industrializados.
Porque acontecem intolerâncias?
Intolerâncias alimentares nem sempre decorrem de factores genéticos. Muitas vezes, o problema é causado por uma doença no intestino, que deixa o sistema digestivo fragilizado abrindo espaço para o desenvolvimento da intolerância a determinadas substâncias.
A intolerância à lactose, em especial, pode ser classificada em dois tipos:
– a primária (genética) é a mais comum e, geralmente, ocorre logo na infância. Neste caso, a causa da intolerância é puramente congénita – ou seja, está ligada a um factor biológico.
– a secundária, que é uma intolerância adquirida, e que pode ocorrer por conta de desnutrição ou lesões no intestino. Neste caso, existe um fator externo (não relacionado com a genética) que faz com que o organismo deixe – ou reduza- a produção das enzimas responsáveis pela digestão da lactose. Como o corpo não dispõe dos mecanismos para absorver a substância em questão, ele acaba por rejeitá-la causando sintomas como dores, inchaço, enjoos e diarreias.
Em alguns casos, os hábitos alimentares também podem ser os responsáveis pela decorrência da intolerância alimentar. Caso a pessoa corte da dieta o glúten ou a lactose sem haver necessidade, é possível que, a longo prazo, o organismo deixe de produzir as enzimas responsáveis pela digestão dessas substâncias – o que pode causar certa intolerância alimentar, mesmo que seja algo mais ameno e passageiro.
É importante manter ser acompanhado por um nutricionista no caso de uma intolerância, e é cada vez mais importante conhecermo-nos melhor – com testes genéticos de microbioma – para melhor percebermos a causa e a sua gravidade.