A importância de plataformas móveis na Telemedicina

A OMS(WHO, 2016) muito resumidamente, define a telemedicina como a prestação de cuidados de saúde, em que os utentes e os prestadores estão separados pela distância.

Podemos afirmar que de momento existem três tendências, todas ligadas, que estão atualmente a dar forma à Telemedicina. A primeira é a transformação da aplicabilidade da Telemedicina no aumento do acesso aos cuidados de saúde para proporcionar conveniência e, eventualmente, reduzir custos. A segunda é a expansão da Telemedicina não só no controlo de condições agudas, mas também na a abordagem das diversas condições episódicas e crónicas (monitorização). A terceira tendência é a migração da Telemedicina de hospitais e clínicas para a casa dos utentes, os quais auferem dos serviços de cuidados de saúde através de dispositivos móveis. (Dorsey & Topol, 2016)

Mais especificamente, são inúmeros os desafios colocados hoje em dia aos estados, tanto em Portugal, como a nível Europeu, para assegurar os melhores cuidados de saúde, tendo em conta os diversos constrangimentos sentidos nos sistemas de saúde – o aumento tendencial dos gastos neste sector, com a pressão exercida nos diversos orçamentos de estado, bem como o aumento da esperança média de vida, a qual se reflete no crescente envelhecimento das populações – com alta incidência de doenças crónicas, e a crescente procura de serviços de saúde especializados por parte dos pacientes, sendo mesmo esta uma das maiores exigências sociais; são alguns dos grandes desafios que se colocam na hora de tomar decisões estratégicas de impacto nos serviços de saúde.

Deste modo, tomada a consciência do problema, denota-se a crescente adoção de iniciativas de inovação para responder aos desafios emergentes, as quais se têm pautado pelo crescente desenvolvimento e implementação de iniciativas na área da Telemedicina, com o intuito de, por exemplo, responder ao desafio da acessibilidade aos cuidados de saúde por parte dos pacientes.

Essa inovação tem proporcionado rápidos avanços, nomeadamente na área dos dispositivos e equipamentos médicos, onde têm surgido novas tecnologias, de forma exponencial e constante, consideradas como importantes breakthroughs. O aprimoramento destas tecnologias associadas ao sector da saúde verifica-se, sobretudo, devido à exigente e continua procura de dispositivos médicos inovadores, por parte não só dos profissionais de saúde, mas também dos próprios utentes (Davey et al., 2011) (Songkajorn & Thawesaengskulthai, 2014).

Um dos exemplos concretos dessa inovação que é relevante abordar é a plataforma móvel AMIS Carestation, que aprimora o conceito de mobilidade Hospitalar, sendo uma plataforma livre para qualquer opção de software.

Por ser um equipamento com certificação médica com a possibilidade de acoplar diferentes módulos de registo clínico e totalmente desinfetável, torna-se numa solução viável para utilização em telemedicina, monitorização de sinais vitais, medicação em circuito fechado e outras aplicações igualmente importantes.

A sua grande vantagem traduz-se precisamente nesta modularidade que permite ir equipando a unidade à medida de cada necessidade ou acompanhado a evolução de cada serviço/especialidade.

Direcionado para a Telemedicina, permite uma configuração com diferentes tipologias de câmaras, monitores de diferentes tamanhos inclusive dois monitores lado a lado, instalar wearables como câmaras dermatoscópicas, ECG, Oxímetros e quaisquer outros dispositivos e softwares que sejam úteis e facilitem a prática de Telemedicina nos mais diversos contextos, tornando-se num real potenciador de todas as mais valias da Telemedicina beneficiando, os profissionais de saúde e a população em geral.

João Rodrigues

OG Medical

Healthcare Product Manager

Bibliografia:

Bashshur, R. L., Shannon, G. W., Krupinski, E. A., Grigsby, J., Kvedar, J. C., Weinstein, R. S., . . . Alverson, D. C. (2009). National telemedicine initiatives: essential to healthcare reform. Telemed J E Health, 15. doi:10.1089/tmj.2009.9960

Davey, S. M., Brennan, M., Meenan, B. J., & McAdam, R. (2011). Innovation in the medical device sector: an open business model approach for high-tech small firms. Technology Analysis & Strategic Management, 23(8), 807-824. doi:10.1080/09537325.2011.604152

Dorsey, E. R., & Topol, E. J. (2016). State of Telehealth. New England Journal of Medicine, 375(2), 154-161. doi:10.1056/NEJMra1601705

Duque, C., Mamede, J., & Morgado, L. (2017). MHealth initiatives in Portugal. Paper presented at the Iberian Conference on Information Systems and Technologies, CISTI.

Songkajorn, Y., & Thawesaengskulthai, N. (2014). Medical device innovation development process. International Journal of Innovation and Technology Management, 11(4). doi:10.1142/S0219877014500278 Organization, W. H. (2016). Global diffusion of eHealth: making universal health coverage achievable: report of the third global survey on eHealth. In Global diffusion of eHealth: making universal health coverage achievable: report of the third global survey on eHealth.